domingo, 10 de setembro de 2017

Mais uma madrugada

  Ele já estava embriagado faziam algumas horas, mas sabia o caminho como qualquer criança sabe o caminho da loja de doces. Entre cambaleadas adentrou-se na ruela escura. Até os primeiros passos parecia estar deserta e escura, mas ao se afundar mais na escuridão e casinhas velhas, as luzes coloridas, velas e a as conhecidas músicas balcânicas começavam a se apresentar.

 A fila, como sempre, pra entrar na última casa era enorme, a diferença era que os cabelos grisalhos que cresciam na sua cabeça e as olheiras de longos anos bem vividos valiam para não ter que enfrentar aquelas poucas dúzias de pessoas enfileiradas na porta. Ao atravessa-las percebeu que realmente o público já não aparentava sua faixa etária. Resumindo, estavam mais estranhos do que o comum.

  O segurança de mais de dois metros era novo também, mas o procedimento foi igual. A muralha parou lhe na frente e o encarou. Os olhos do gigante brilharam num vermelho que aterrorizaria qualquer um, mas antes que alguém saísse ferido, o visitante mostrou-lhe uma cicatriz em forma de uma corda de forca no antebraço e entrou sem mais ser perturbado.

  As luzes e a música eram mais vividas, dominavam o lugar abarrotado de pessoas de topo tipo e um delicioso aroma de comidas dos antigos balkans. Entre eles existiam jovens, rostos muito antigos, velhas bruxas, alguns seres celestiais, muitos híbridos (deveria ser a nova moda) e, por quê não, um pouco de demônios. Alguns reconheceram o andarilho, comentando entre si, mas nenhum o parou e tão pouco pararam o que faziam (na maioria das vezes dançando ou exibindo seus dons).

  Realmente aquilo era o que menos lhe interessava, por isso o caminho do velho homem foi em direção ao bar. O velho Pelugem (adorava o chamar assim,mesmo que o amigo odiasse) ainda era o melhor atendente há décadas. Rapidamente o copo com um doze anos e uma pedra de gelo já estava nas mãos do homem que deu o primeiro trago para depois acender um cigarro amassado.

  Pelugem aproximou-se acendendo um outro cigarro e indagou. " Hoje encheu mais do que o normal. T.O deve estar comemorando. Não concorda?"

  O velho abriu um leve sorriso sarcástico e coçando a barba olhou o T.O em uma área mais privada sentado em uma grande poltrona de couro, se exibindo com diversas "convidadas" e muita bebida. O filho da puta sabia também festejar além de dominar o comércio sobrenatural.

  "Cada um faz o que sabe fazer, Pelugem! Alguns fazem dinheiro com isso, outros como eu, criam histórias para contar."

  "E você sempre fazendo questão de se diminuir! Pode não ser mais o melhor caçador de demônios do mundo, mas ainda alguns sabem quem você é. Eu lembro, caso contrário não estava mais aqui...".

  O velho gargalhou e encheu mais o copo por conta própria. "Isso é verdade! Quanto tempo faz que não uiva pra lua, seu lobisomem castrado?"

  "Treze invernos...ou doze...mas quem está contando, não?". Ambos riram e brindaram uma última dose antes do caçador se adentrar na multidão para ver a mesma e velha banda que se apresentava.

  Eram instrumentos pra todos os lados. Alaúde, saz, clarinetes, flauta ney, kaval, violão manouche, rabeca, percussão oriental e contra-baixo! E cada músico tinha seu estilo. Se prestasse atenção em apenas um, conseguiria escutar uma música única, mas se expandisse sua atenção ao restante, aquela música única se misturava com as outras melodias e se transformavam em algo que seu corpo não conseguia ficar parado. Era um transe de hipnose.

  Criaturas se entrelaçavam no ritmo do som. Alguns sobrevoando a cabeça dos restantes, mas a maioria se misturava na pista de dança. Para um novato ver monstros, seres folclóricos, anjos, demônios e qualquer porra que fosse aquilo, o traumatizaria para o resto da vida e futuras gerações, mas o velho já tinha uma vida observando, caçando e interagindo com esses seres. Para ele, eram apenas mais corpos esperando um dia falecer, a diferença é que tinham chifres e as vezes soltavam labaredas por partes do corpo. Mas estavam ali, se divertindo, e aproveitando o tempo "livre"! (muitos seres sobrenaturais, por na maioria das vezes terem a aparência diferente do que os humanos, preferiam se empenhar em tarefas onde não eram tão vistos.).

  Ao longo das músicas, a quantidade de álcool ingeridas foram aumentando e as memórias do que havia feito ao longo da madrugada foram se apagando. Tinha lembrança de beijar híbridas e demônias, arranjar briga com dois bruxos ciganos que resultaram em algumas maldições proferidas de cada lado e o velho tomando alguns socos antes de ser nocauteado, e uma última lembrança de tomar um destilado verde em meio a gargalhadas e o nariz sangrando na companhia de uma minúscula centenária oriental. Não sabia dizer o que ela era ou de onde tinham vindo, pois realmente não lembrava da senhora dizer uma unica palavra, mas a situação era cômica.

  A velhinha de pele mais enrugada e seca do mundo, era desdentada, mas conseguia passar uma alegria e felicidade a cada gargalhada rouca e fina que faziam o bêbado caçador rir como se não houvesse o amanhã. Eram doses atrás de doses.Ele praticamente tombando, e a pequena mulher, virando os copos como água.

  Quando acordou, o sol já estava estalando no seu quarto. O corpo exalava um cheiro encardido de suor, álcool, fumaça e mulheres. Em um papel em cima do peito (levemente sujo de seu sangue já seco), um bilhete em um guardanapo rasgado e amassado. 


"Fique tranquilo que a conta ficou pro T.O e ele nem percebeu. Só cobrei a saideira porque não ganho pra carregar defunto pra quarto nenhum! Abraços, Pelugem."

 O homem sorriu com facilidade pelo bilhete, mas o levantar foi difícil pela ressaca. Olhou, com dor nos olhos, para fora e sentiu o bafo do verão. Tomou algumas doses de café frio e mastigou um pedaço de pão velho com um pedaço de queijo. Encarou-se no espelho, pegou sua garrucha e a colocou no cinto.

  A rotina de acender o cigarro e coçar a barba antes de sair de casa foram seguidas pelo seu lema diário: "Hora de criar histórias!".


André Bludeni

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Neurônio Gastronômico: TAKA DARU

  Todo mundo conhece restaurantes japoneses e seus famosos sushis, sashimis, temakis e afins. Mas tolo é aquele que acredita que japoneses vivem apenas de peixe cru, arroz e alga. A culinária japonesa é tão rica que os peixes, muitas das vezes, ficam de segundo plano, dando a vez para os deliciosos pratos quentes, sempre com muito caldo, sabor, tempero e um preparo detalhado.

 O que poucos AINDA também não conhecem, mas que aos poucos está se caindo no gosto do público ( principalmente paulistas) são os famosos izakayas.
  "IZAKAYA" é uma palavra composta de "I" (sentar) e "SAKAYA" (loja de saquê), Os botequins japoneses foram criados à partir do século XVII, quando muitas pessoas bebiam em frente à lojas de bebidas. Os donos das lojas, então, tiveram a ideia de começar a oferecer petiscos para acompanhar tais bebidas, desde então estes estabelecimentos se espalharam pelo Japão e agora invadem diversas ruas de São Paulo.



  O TAKA DARU é um desses Izakayas, mas com diversos diferenciais que percebemos e vamos citar ao longo da descrição da nossa maravilhosa visita. Localizado em Pinheiros, na Rua Costa Carvalho 234, o local já surpreende com a decoração única, tradicional com toques modernos e o excelente atendimento dos funcionários muito solícitos.



Edison Hikaro é o responsável pelas novidades e pratos incrementados do TAKA DARU. Sempre sintonizando com inovações na cozinha, das mãos dele saem as delicias do cardápio.



Diferente dos Izakayas tradicionais, o salão é amplo com várias mesas, mas independente disso, você é submerso ao mundo nipônico ao primeiro passo dado à dentro. Cheio de detalhes, placas, desenhos e enfeites voltados a cultura japonesa, a estrutura do restaurante é bem original lembrando bastante a Era Meiji da história do Japão, faltando apenas uma música de fundo tradicional no lugar do Coldplay que tocava. 



  Sobre a comida ( o mais importante) também não deixa a desejar. A casa é famosa por dois famosos pratos, os Yakitores, que são espetinhos feitos na brasa de diversos sabores. eles podem ser de sobrecoxa, carne bovina, carne suína, coração de galinha, shimeji com bacon e até as versões vegetarianas de abobrinha, ovos de codorna e etc,...



  Outro prato chefe da casa são os Donburi, tigelas com o gohan (arroz japonês) e refogados de carne ou frango com legumes. Muito bem refogados e temperados no estilo japonês.



  Para que nunca experimentou Takoyaky, essa é a oportunidade de experimentar uma iguaria da culinária nipônica sem ter que procurar pelas entranhas da Liberdade ou bairros japoneses espalhados por aí. Um bolinho de massa frito com recheio de polvo cremoso, é a entrada que qualquer refeição pede. Sem mencionar o molho teryaki em cima com raspas de alga desidratada para dar um gostinho a mais. Vale cada mordida nos cinco grandes bolinhos servidos nesta porção da casa, que também pode vir na versão de camarão.



  Como São Paulo está recebendo bem as casas de Lámen nos últimos anos, o TAKA DARU também traz a sua versão. Nada muito robusto, mas bem razoável e honesto, o prato traz o lombo bem feito com o caldo de missô saboroso junto com cebolinha e um ovo cozido. Faltou mais ingredientes dentro para trazer aquela cara de um farto lámen japonês, mas não deixa também de ser uma boa pedida.



  Aos não tão fãs da comida japonesa, podem ir ao básico dos Teppan Yakis, os grelhados, podendo ser bovino, suíno, peixe e frango acompanhado de salada e gohan. Inclusive, de Segunda à Quinta, no horário do almoço, existe o menu executivo onde o prato principal, acompanhado de uma pequena salada, o guioza da casa ( delicioso) e sobremesa ( pedimos o sorvete de jabuticaba que deu vontade de pedir mais).



  Como um bom Izakaya, a casa também tem um extenso cardápio de bebidas alcóolicas onde o saquê é o protagonista, mas também não fica de fora as caipirinhas bem brasileiras e cervejas para todos os gostos.



 Caso tenha vontade de conhecer um lugar diferente, com uma imersão ao mundo do Japão bem legal, ótimo atendimento, comida deliciosa e um preço honesto, o TAKA DARU é uma ótima pedida para trazer um toque japonês para sua noite, e por quê não, pro seu almoço.



André Bludeni

terça-feira, 22 de agosto de 2017

O Adeus da Orquídea

Eu já te escrevi mil vezes e você sabe muito bem como eu me sinto, provavelmente eu não precise repetir varias vezes, ou preciso? 

Essas partidas inesperadas me causam dores inesperadas. As coisas tem que acontecer como se fosse um vulcão em erupção; eu nunca estou preparada para o pior, eu sempre esperei o melhor. Mas é que essas coisas acontecem pra renovar um pouco a vida, assim como as orquídeas renascem depois de seis meses. Vai que a vida está te levando embora pra retornar ainda mais bonito? Digo, não bonito externamente... É aquele lance interno. Só de pensar que você pode retornar ou podemos nos reencontrar no nosso melhor estado ou no pior. Ah! Essa vida... ela prega tanta peça que até parece mentirosa. Mas não é. 

Eu me preocupava profundamente com as partidas esperadas e inesperadas, sentia uma amargura até no fundo da alma, não sabia lidar com tamanha simplicidade dessas coisas. Até que um dia resolvi mudar de jeito. Comecei dar adeus as melhores pessoas que conheci, dei até adeus a mim, quem dirá aos outros. Uma parcela de egoísmo pertenceu as melhores e piores decisões da vida. 

Mas antes que você vá embora e termine tudo o que começou, eu deixei um bilhete em cima da sua mesa. Eu te expliquei que a partida é para sempre, mas que o sentimento fica. O que foi não volta mais, mas quando você voltar, já não vai existir nós dois. Seremos outras pessoas. Talvez o teu cheiro ainda esteja todo em mim e não quer sair nem pela discórdia. Talvez eu sinta um pouco da tua essência na minha boca. Talvez eu lembre um pouco do teu olhar ao meus. Só talvez eu ache alguém que nem você, ou talvez ache você por ai perdido no mundo. Eu só não quero te achar se você for o mesmo que hoje, porque se estiver, eu já não vou mais me encaixar na tua vida.



Nathalie Tavares

sábado, 19 de agosto de 2017

Trincheira Viva

Então os dias passaram e eu me escondi
Escondi o dia
Escondi a vida
Senti apenas que não sentia nada
Que assim seria melhor


Esperança essa que esqueci
Que volto a dizer
Escondi
Pra não me torturar
Pra esquecer que dor existe
Pra viver sem vertigem


Barbara Limiria

Não sabia do azul

Aqueles olhos que não tive coragem
À, a coragem
Tu veio de longe
E de longe te vi
Será que tem cor?
Queria conhecer teu sabor
À, a vontade
E...à, a coragem

Aquele sabor de amor


Barbara Limiria

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Conexões e Verdades

- Você está distante... 
- É, estou.
- Por que não conversa sobre?
- ... acho que você não entenderia. 

É sempre assim. Sou prisioneira das piores e melhores diversidades de sentimentos alheios. Desde do fogo que arde até a alma, até o vento gélido que me rege aparentemente do nada. São sentimentos e sentidos em que eu não sei explicar, apenas sentir - cômico e clichê, não é mesmo?

As perguntas são sorrateiras e certeiras. Vem justamente quando eu menos quero, mas é exatamente quando eu preciso. Funciono como bomba relógio, só explodo na hora certa e no momento certo, mas acho que atinjo quem não queria atingir. 

Fazendo minhas análises diárias de como foi o meu dia, eu mal posso contar-lhes que ao acaso, por esses dias ai, me conheci novamente. Pareço uma louca delatando tudo o que percebo e vejo, mas é real. 

Falaremos então sobre conexões e desejos voltados a mente humana... Eu gosto, mas não é todo mundo que entende. Muita gente se sente um peixinho fora d'água querendo um consolo de alguém que a entenda e, se pudesse, espalhava toda a sua confusão em forma de desespero. Vocês conseguem entender que sentir muito é a melhor forma de auto-conhecimento e pensamento do seu "eu" maior? 

Por hora, inevitavelmente eu encontro pessoas cegas e cheias de receios e medos. Tem gente que tem medo de vomitar seus próprios medos; e quem engole tanta coisa termina onde? Ah... Eu não sei. Talvez a um ponto de loucura que não tem mais volta. Só entendo que eu não quero que essas pessoas se sintam mais assim. A expansão da mente vai muito mais além do que vocês já experimentaram.

Costumamos bloquear aquilo que não nos é palpável e visto. Pagamos tanto para ver que quando vemos, voltaríamos ao tempo e reconstruiríamos as melhores e piores fórmulas de "como não fazer novamente esta veracidade sentimental". 

Minha incredulidade acaba quando meus olhos já não querem enxergar a tamanha realidade em que vivo. Como se não bastasse, a humanidade vive em uma carnificina constante; eu já perdi as contas nos dedos.

Minha cabeça tenta lidar com a tamanha indiferença que somos tratados uns com os outros. Eu, por exemplo, me sinto impreterivelmente afogada em um poço que ninguém consegue me tirar de lá, porque definitivamente eu me encontrei num lugar em que só pessoas que sentem tanto como eu, conseguem entender que a solidão que vem de dentro pode ser mudada para o que vai para fora, como transmitimos.

Nesses poços, já fui deixada mil e uma vezes; falem como quiserem... despedaçada, isolada, sozinha, inconsolada. Mas foram dessas caídas miseráveis que eu me fortifiquei e ainda me fortifico. Esses dias mesmo percebi que por mais que eu ache que esteja só nesse caminho, vem outras esfregam na minha cara que o meu problema é só mais um no meio de 7 bilhões de pessoas.

Acho que a plenitude não é a perfeição e a ilusão de que está tudo maravilhosamente bem - porque afinal, ninguém é cem por cento nessa vida -, mas é o ponto em que você encontrou um pouco de paz em meio a tanto caos, mesmo com problemas a serem resolvidos a sua volta porque sabe que o tempo nos mostra o que deve realmente ficar ou ir embora.

O futuro me pertence mas eu não faço ideia do que acontecerá. Talvez eu mude mais do que já mudei, talvez eu viva mais do que já vivi, talvez eu viaje mais do que pensei, talvez eu deixe o berço em que nasci. A análise abstrata de algo que eu não sei é constrangedora, logo eu, que planejo tudo tão perfeitamente bem. Acho que é isso que me falta, as possibilidades. A possibilidade que me mostra que eu possa mudar os caminhos já programados. A vida é incerta demais pra seguir apenas uma direção. Quem sabe eu seja gerente de uma empresa daqui há alguns anos, que eu more fora durante um bom tempo, que eu limpe a minha alma e que esteja em constante mudança do meu eu interno. Essa sou eu, de carne e osso, do previsível ao imprevisível. Feita de sonhos e planos dentro da realidade rotineira.


Nathalie Tavares

quarta-feira, 12 de abril de 2017

Segundos

  Anos, meses, semanas, dias, horas minutos...segundos!

  São os segundos que fazem a grande diferença para todos nós. O tempo é feito e baseado exclusivamente de segundos. O segundo é essencial para tudo e todos.

  Quantas vezes você não quis voltar em um segundo exato? Mudar algo, fazer alguma coisa que deixou de fazer, dizer uma palavra que esqueceu e até mesmo estender a mão para alguém que precisou. Era aquele único segundo, aquele rápido momento, que se foi e nunca mais voltará.

Um lapso de tempo tão pequeno e que aparenta ser tão insignificante, mas que muda tudo em sua plenitude.

  Já parou para pensar quanta coisa é decidida, concretizada, finalizada em apenas um segundo? 

  A resposta certa na hora certa, um aperto de mão que mudará sua vida, um beijo que lhe marcará eternamente, um "eu te amo" que começará uma história e até mesmo um "adeus" que termina outra.
Em um segundo, um soco é deferido, um tiro é dado, uma lágrima cai, um abraço é dado!

  Nesse segundo você decide quem vai ou fica. Em um segundo é dado um último suspiro ou o primeiro. Uma vida começa e/ou termina. Um grito é dado prevenindo ou fazendo algo! É um gole a mais, o momento de dizer NÃO, a hora de dizer perdão e até, por que não, repensar em um segundo passado.

Com esse segundo você pode dar a sua mais gostosa risada, ter o choro mais sincero, mudar a sua vida e a de outro. Dar a oportunida de existir mais um segundo, sendo ele seu ou não. 

 Em um único e minúsculo segundo uma única ação é tomada, baseando o restante das reações de diversos outros segundos. É nele que podemos guardar aqueles conjuntos de milésimos para mudar algo em nossa vida completamente.

  E no final, vale a pena se arrepender pelo segundo que se foi?  Jamais! O tempo não para, os segundos não se cessam. A cada segundo que passa é mais uma oportunidade perdida. Uma pessoa que deixou de conhecer, um voo que deixou de pegar e um carinho que esqueceu de dar.

  O que deve ser feito é aproveitar os próximos segundos que virão. Não chore pelos que se foram, mas se prepare para os que estão a vir. É a vida que segue!

  Aproveite seu segundo! Mande a mensagem que não foi mandada, grite o "eu te amo", pegue o táxi, abaixe a arma, peça desculpas, abrace o próximo, beije quem queira, assuma o risco, encare o desafio.

  São nesses segundos que a vida está presente, que a emoção nos traz a sensação de viver, até o momento que você feche os olhos e não tenha mais um segundo para vir. Será nesse último segundo, aquele mais longo de todos, que você deverá saber se aproveitou bem seu tempo ou não. Saberá se suas ações valeram a pena. Se seus segundos foram contados!
  


  André Bludeni